Em um país onde mais de 12 mil mulheres são agredidas por ano – isso apenas nas estatísticas oficiais –, ser mulher é viver um risco constante. E a gente acha que nunca vai acontecer com a gente – até o dia em que acontece.

Surpreendida por uma situação de adultério em que fui a vítima, fui também atacada fisicamente. Duplamente agredida, em minha moral e em meu físico, registrei Boletim de Ocorrência e solicitei sigilo para preservar meus filhos, minha família e amigos da situação triste e embaraçosa. Como pessoa pública, imaginei também que críticos e detratores do meu trabalho veriam nesta ocorrência uma oportunidade para o ataque. Eu não estava errada.

O vazamento do boletim me fez vítima mais uma vez.

A manchete (Vereadora é espancada pelo marido em motel), de duplo sentido, de um jornal de circulação regional sugeriu leituras que não são reais e, desde sábado tenho recebido as mais diversas manifestações, de todos os lados. Quero dizer apenas que estou passando por um momento pessoal muito delicado e que as medidas legais estão sendo tomadas.

Agradeço a todas as manifestações de amigos e amigas. E o apoio, em especial, de todas as mulheres que já foram agredidas e aquelas que sabem como é difícil passar por situações assim.

Agora, vivo na pele a experiência dessa violência e isso só vai servir para reforçar ainda mais o meu trabalho, a minha batalha.

A vida segue, sim, e espero contar com a compreensão e o apoio de todos.

Um abraço enorme,

Carol Moura

Vereadora