Fugir a críticas e insultos
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Paraconviver, é preciso não se melindrar diante de críticas. Para evita-las, vocêprecisaria ser invisível. Lê-se em algumas placas dispostas em mesas deexecutivos: “Pra não ser criticado: não diga nada. Não faça nada. Não sejanada!”.
Aindaassim, você não escapará às críticas. Os humanos são insaciáveis na sua tarefade julgar o semelhante. Com réguas bem severas, que não são as mesmasutilizadas para julgar suas próprias atitudes.
Nemos santos escaparam à execração pública. É preciso recordar que o populachopreferiu libertar Barrabás a Cristo? E quem acreditaria que pessoas honradas,probas, honestas e éticas mereceram dura avaliação de seus contemporâneos?
Leiao que se disse de alguém: “Ele não é em nada melhor que um assassino.Traiçoeiro com os amigos, hipócrita na vida pública, um impostor que abandonoutodos os bons princípios, se é que alguma vez o teve”. Pois isso foi dito sobreGeorge Washington, um dos “pais fundadores” da maior democracia ocidental.
Quantoaos insultos, Buda nos ensina algo válido. Quando um qualquer o insultou, Budaouviu em silêncio. Quando o homem terminou, Buda perguntou-lhe: “Filho, se umhomem se recusasse a receber um presente feito para ele, a quem pertenceria opresente?”. O homem respondeu: - “À pessoa que o ofereceu”. E Buda: “Meu filho:recuso-me a aceitar o teu insulto e peço que o guardes para ti mesmo!”.
Essaa melhor resposta para quem, irado, ofende o próximo. O ser humano éirritadiço, orgulhoso, impaciente, pretensioso. Quer que as coisas ocorramconforme a sua vontade. Quando elas saem de seu controle, escoiceiam quemestiver à frente. Por isso, não é prudente conviver com a brutalidade. Se ela,ainda assim, se manifestar, é pensar que “cada um oferece o que tem”.
Infelizesaqueles que só têm a oferecer a perversidade, a chacota, a ironia, o sarcasmo.Para estes, a melhor resposta é o silêncio. Muitas das ações indignas de um serracional derivam da inveja. A inveja é um sentimento bem estranho: o invejososorve o seu próprio veneno, querendo que o alvo da inveja é que venha a morrer.Como isso não acontece, ele se contamina com o fel de sua maldade.
Semeemoscompreensão, tolerância e perdão. A vida é breve e frágil. Não vale a pena seangustiar porque um animal agiu conforme a sua natureza.
José Renato Nalini é Reitor daUNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo dasMudanças Climáticas de São Paulo.
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