São Paulo vai crescer
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Muitospaulistanos ainda não sabem que sua cidade vai crescer em qualidade ambiental.O Prefeito Ricardo Nunes assinou declarações de utilidade pública de uma áreaequivalente a onze por cento do território da megalópole. São trinta e duasáreas, num total de cento e sessenta e cinco quilômetros quadrados.
Impressionantea dimensão dessa providência: são quase dezessete mil hectares, superiores atodo o perímetro de Paris e seus arredores. Nela, caberiam quase dezesseis milcampos de futebol. Houve exauriente e minucioso trabalho de detecção de glebasainda providas de verde, os resíduos da Mata Atlântica ainda não totalmenteeliminados pelo crescimento desordenado desta conurbação instigante que é acapital paulista.
Agora,seguir-se-á na identificação dos proprietários, que serão contactados e não seexclui a possibilidade de um acordo entre a Municipalidade e os titularesdominiais. Se isso não for possível, a expropriação garantirá à Prefeituraimediata imissão na posse, pois o interesse público se sobrepõe ao interesseparticular. E haja interesse público na preservação de remanescentes daexuberante cobertura vegetal quase toda dilapidada ao longo dos cinco séculosda chegada do colonizador. Um investimento que poderá ultrapassar os setecentose vinte e seis milhões de reais.
Antesdesses trinta e dois atos de declaração de utilidade pública, outros onze jáhaviam sido publicados. O benefício é para as atuais e futuras gerações. Estasainda sofrerão os desastrosos impactos da mudança climática, gerada pelainsensatez no uso dos recursos naturais. Efeitos que eram anunciados para daquia um século, mas que já estão ocorrendo e com intensidade surpreendente.
Acidade de São Paulo foi a primeira no Brasil a criar uma Secretaria de MudançasClimáticas, exatamente para que o tema esteja na preocupação de todas as demaisunidades estatais de responsabilidade do Município. Mais ainda, pretende-seconscientizar a iniciativa privada, a Universidade, a Academia, a sociedadecivil, a mídia e todas as pessoas. A gravidade do tema não permite que qualquerpessoa se sinta excluída em relação à sua responsabilidade quanto à possívelmitigação dos prejuízos advenientes dos fenômenos extremos.
Ogrande vilão é o carbono, portanto a descarbonização já passou da fase deurgência. Mas também é preciso cuidar da excessiva produção de resíduossólidos, que são geradores de quase dez por cento dos gases venenososcausadores do efeito-estufa.
Aampliação de áreas verdes garante não só o aumento dos sumidouros de gáscarbônico, essa a função das árvores, mas também a atenuação da temperatura, aredução das “ilhas de calor”, a ressurreição de córregos e de cursos d’água eaumento de longevidade e da qualidade de vida para toda a população.
Pensaro que cada um pode fazer quanto ao enfrentamento das mutações do clima é um atoresponsável e de cidadania, a que ninguém pode estar subtraído. Vamos encararjuntos aquilo que a maior cidade do Brasil pode fazer em relação ao seu futuro.
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