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Santa Bárbara,04/07/2024

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Mar, pobre mar!

Mar, pobre mar!


Oaquecimento global prejudica a humanidade como um todo. Mas não é só no solohabitável que ele se manifesta. Os mares são vítimas preferenciais das ondas decalor. O recorde de temperaturas, a acidificação acelerada e a poluiçãogeneralizada deixam os oceanos enfermos. Gravemente enfermos.


Umrecente relatório da OMM – Organização Meteorológica Mundial confirmouindicadores negativos para os mares. Estes cobrem mais de setenta por cento dasuperfície da Terra. São reguladores do clima. Só que a degradação esvazia essepapel a eles reservados. O ano mais quente da História foi 2023. As ondas decalor marinha cobriram mais de um terço dos oceanos. Quando se estabelecemudança como essa, a irreversibilidade é manifesta.

  

Aságuas retêm o calor por mais tempo do que a atmosfera. Um sinal evidente é obranqueamento de corais, ecossistemas essenciais para o equilíbrio da vidamarinha. Num processo nefasto, desencadeado pelo estresse térmico, os coraisexpulsam as algas que vivem em seus tecidos e ficam mais vulneráveis aproblemas como a falta de nutrientes e a doenças.

  

Adesertificação da vida marítima é a consequência da absorção de níveis semprecedentes de dióxido de carbono. Cientistas de todo o planeta imploram que osgovernos protejam suas orlas. E protejam também o alto-mar, que está a cerca de370 km da praia.


Oscompromissos internacionais de preservação se resumiam às águas nacionais. OBrasil enfrentou problemas com a pesca predatória em suas águas. Muito da faunamarinha já desapareceu. Enquanto um novo acordo exige dos países que protejamao menos 30% de suas águas marítimas até 2030, até agora só 3% dos oceanosmerecem alguma proteção. O pior é que esse acordo só entrará em vigor quando 60países o firmarem. Em março de 2024, só dois países o fizeram: Palau, um Estadoinsular do Pacífico e o Chile.


Enquantoisso, a Petrobrás realiza expedição “científica” na margem equatorial doAmazonas. O pretexto é estudar geologia. Mas, na verdade, teme-se que a estatalinsista na exploração de petróleo na região. É postura na contramão do que omundo deveria fazer. E um paradoxo na promissora “potência verde”, que renegasua vocação para aderir ao insensato extrativismo suicida. Quem nos salvará docataclismo?

 

José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL,docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das MudançasClimáticas de São Paulo.    





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