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Santa Bárbara,22/12/2024

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Não há seguro que aguente

Não há seguro que aguente


Adimensão dos estragos que as mudanças climáticas podem causar para todos os queestão na Terra neste século é incalculável. Alguém consegue avaliar o quecustará a reconstrução do Rio Grande do Sul? Pois aquilo que ali aconteceu,pode se repetir em qualquer lugar. Não há espaço incólume. Todos estamos nomesmo sofrido planeta, que resolveu mostrar à humanidade as consequências dainsana forma de explorar seus recursos naturais.

 

Algunsainda pensavam que era suficiente fazer um seguro. Mas não haverá seguradoraque possa responder pela imprevisão dos custos. A cobertura das seguradoraspara os investimentos já comprometidos para financiar a meta zero de emissõeslíquidas de gases poluentes, alcançaria a cifra nada modesta de dez trilhões dedólares.


Osque respondem pelo mercado de seguros sabem do papel vital da cobertura deseguro na transição energética e têm certeza de que os desafios são muitomaiores do que se poderia imaginar. Assim, elas não vão assumir novos riscos.Principalmente porque há ausência total de dados confiáveis em relação aohistórico sobre perdas e o seu crescimento nas últimas décadas.

 

Sóo prejuízo pelo qual as seguradoras responderam quando tiveram de indenizar ospainéis solares destruídos por granizo, foi o suficiente para que elasdeixassem de pensar em novas coberturas.

  

Assimcomo ocorreu no Rio Grande do Sul, onde o custo da precaução e da prevençãoseria de 5% daquele que se calcula para a recuperação parcial de tudo o que seperdeu, o melhor é prevenir. Remediar custa caro e é sempre quase simbólico,muito parcial. Porque o custo de mortes é impagável.

 

Areceita para a mitigação dos males decorrentes do aquecimento global éconhecida: basta devolver à terra o que dela se subtraiu. Plantar mais árvores.Abrir espaços no asfalto e no concreto para que a terra ressurja e possa drenara água que cairá nas precipitações pluviométricas muito intensas. A chuvadespeja água. E se esta encontra um solo inteiramente impermeável, ganharáforça, formará torrentes e enxurradas e levará tudo consigo.

 

Ésimples. É trivial. É o óbvio. Só a insensatez humana é que não enxerga e nãocuida de evitar perecimento de existências e de bens materiais. Até quando?

José Renato Nalini é Reitor daUNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo dasMudanças Climáticas de São Paulo.





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