Agir enquanto é tempo
A mais grave ameaça que já se abateu sobre a humanidade está em pleno e aceleradocurso. O resultado do aquecimento global, insensatez humana que arremessou econtinua a arremessar toneladas de gases venenosos expelidos por combustíveisfósseis.
Todossabem disso. Poucos os que se propõem a escapar da tragédia. O Brasil semprefoi um misto de ufanismo e de complexo de vira-lata. Somos detentores da maiore última – aliás agonizante – floresta tropical do planeta. Detentores da maiorquantidade de água doce, líquido valioso pelo qual as nações irão guerrearainda este século.
Mas somos alvo de maldições. Povo atrasado, iletrado, inculto, rústico, ignorante edendroclasta.
Ainda existe salvação no horizonte tupiniquim. Bastaria levarmos a sério a transiçãoenergética. Deixar de pensar em explorar petróleo na foz do Amazonas ereassumir a postura de promissora potência verde. O desmatamento “zero” nãopode ficar para 2030. Tem de ser para já!
Fixaro ano de 2030 lembra a piada do estuprador que ouve da vítima: “Você tem meiahora para sair de cima de mim!”. É ridículo. Mas temos condições de exportarbens com baixo conteúdo de carbono, produzidos com energia renovável, que temosem abundância.
Podemos preservar as florestas e, nisso, é importante que todas as Prefeiturasrecuperem suas áreas e façam florestas urbanas em seu território. Toda árvore ébem vinda. O Brasil precisa de mais de um bilhão de árvores, tamanha adesfaçatez do extermínio. E é obrigação nossa comercializar créditos de carbonoderivados do replantio em pastagens degradadas. Isso é plenamente possível. Secomeçar em cada cidade, talvez o governo federal se convença de que é seu devercuidar de estabelecer condições de sobrevivência das futuras gerações, e nãocondená-las a um precoce desaparecimento, causado por nossa loucura indomável.
Toda pessoa com discernimento e sensibilidade tem condições de exigir de suaPrefeitura, que preste contas sobre o que está fazendo em relação àsemergências climáticas, pois as vítimas seremos todos nós. Agir enquanto étempo. Ele está correndo depressa e se tardarmos demais, adeus humanidade.
José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL,docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das MudançasClimáticas de São Paulo
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