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Santa Bárbara,18/10/2024

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Viva a tipuana

Viva a tipuana

Tenhoouvido com frequência que a tipuana, originária do norte da Argentina e sul daBolívia, é uma espécie exótica e não deveria estar nas cidades brasileiras.

 

Comosão árvores frondosas e bonitas, sempre hesitei em condená-las. Deram-se tãobem com a capital, onde ainda são abundantes. Fico muito confortado quando leioque ela é muito importante para auxiliar as conurbações enfrentarem asemergências climáticas.

  

Umgrupo de pesquisa do Centro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA, da USP,comprovou que a tipuana demonstrou alta tolerância ao estresse e pode auxiliara promover a resiliência de São Paulo, diante do aquecimento globalincontrolável.

 

Oestudo examinou os anéis de crescimento da tipuana, que permitem acompanhar oseu desenvolvimento. Nos anos de 2013 e 2024, período de seca extrema eracionamento de água, não houve atraso no crescimento. Ao contrário: elacresceu mais do que outras árvores.

 

Opropósito do biólogo Giuliano Locosselli acredita que a tipuana é adequada acompor as florestas urbanas de que a capital e outras cidades paulistasnecessitam, para que a resiliência seja levada a sério. E isso porque a tipuanapassou pelo teste da fotossíntese, o processo de produção de energia necessáriaà sobrevivência das plantas.

  

Otrabalho de Giuliano trouxe informações muito importantes para os projetos dearborização de São Paulo. É a conclusão do Professor Marcos Buckeridge, doInstituto de Biocências da USP e orientador do estudo. A resistência maior peloplantio de tipuanas vem da concessionária de energia elétrica, alegando que suaconsiderável altura prejudica a fiação aérea. Só que em cidades contemporâneasessa fiação é subterrânea. Como realmente deve ser. O que importa é fazer comque a cidade tenha temperatura adequada à sobrevivência humana e sua florasequestre carbono, que está matando precocemente todas as criaturas vivas.

  

Esseestudo reabilita a tipuana e é de se esperar que ela seja reintroduzida, já quese adaptou tão bem a São Paulo e a outros municípios paulistas. Aliás, emrelação à sua altura, um software foi desenvolvido para prever quantos metrosela crescerá. É a USP colaborando com o futuro saudável da gente paulista. Quevenham novamente as tipuanas!

 

José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL,docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das MudançasClimáticas de São Paulo





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