Lições do Azerbaijão
Participeida COP29, em Baku, a capital do Azerbaijão. Nunca havia estado nesse país cujasituação geográfica é peculiar: localiza-sena Eurásia: exatamente o encontro do extremo leste da Europa com o oeste daÁsia.
Todaa sua população é menor do que a da cidade de São Paulo. Ultrapassa pouco osdez milhões. Mas é uma nação muito rica. Tem petróleo e gás que exporta para omundo. O resultado é uma cidade rica e de contrastes. Preservou a parte antiga,cercada de muralhas e que serve de roteiro turístico de primeira qualidade.Tudo muito bem conservado, com árvores em profusão, plantas ornamentais eflores e o uso bem inteligente da iluminação. Aliás, iluminação abundante emtoda a cidade.
Oconjunto de prédios chamado Flame Towers é formado por três grandes edifícioslaminados cuja arquitetura simboliza as chamas e a energia. À noite, ailuminação oferece um espetáculo de luzes que imita fogo, a recordar a força azerbaijanaproveniente do petróleo.
Interessanteobservar que Baku fica a vinte e oito metros abaixo do nível do mar e poucosquilômetros dali, ergue-se a Cordilheira do Cáucaso, cujo ponto mais elevado éo monte Bazardyuzyu, que se eleva a 4.466 metros acima do nível do mar, nafronteira com a Rússia.
Porqueextrair lições de Baku? Porque sua população é toda alfabetizada e dominavários idiomas. Porque a polidez é a característica predominante e a arte debem receber foi estimulada para que a recepção aos visitantes do grandeencontro anual da ONU, com vistas ao enfrentamento das questões climáticas, foium espetáculo impressionante. Porque a organização de um evento de tal dimensãoexigiu esforço e eficiência comprovada, o que nos leva a nutrir expectativa crescentequanto à próxima COP, a de número 30, que será realizada em Belém do Pará.
Aprendamoscom o Azerbaijão e nos conscientizemos de que uma COP exige mais do que boavontade e a ingênua invocação ao tradicional “jeitinho” brasileiro, que é povocordial e acolhedor. Empenhemo-nos para que o Brasil faça bonito em Belém enada fique devendo ao belo e proficiente Azerbaijão.
José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL,docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das MudançasClimáticas de São Paulo.
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