José Renato Nalini
Educar para o clima

Oassunto hoje e daqui por diante é a emergência climática. Todos enfrentaremos aresposta da natureza aos nossos desmandos. Fenômenos extremos continuarão aacontecer, com frequência maior e maior intensidade. Embora a climatologiatenha avançado bastante, as previsões dos meteorologistas são sempresurpreendidas pelo inesperado. Por isso, o único instrumento eficaz deadaptação da sociedade para o enfrentamento é reforçar a educação ambiental.
Umaeducação ambiental não é, necessariamente, uma disciplina a mais no currículode todos os níveis de aprendizado. Precisa ser um movimento formal e informal,contínuo e incessante, de preparo das pessoas para que consigam sobreviver esalvar outras vidas, diante dos desastres climáticos.
Ocenário da Terra é outro. Assustador. É urgente localizar as áreas maisvulneráveis e preparar os mais carentes para a resiliência. Esta vai desde anecessária remoção de ocupações em lugares perigosos, como no treinamento dosistema de alertas, diante da proximidade de um evento que pode causar danos eaté matar.
Comoo brasileiro é pródigo em normatizar, sem que isso signifique observância plenae estrita à lei, existe um diploma legal que se propôs a estabelecer a PolíticaNacional de Educação Ambiental – PNEA, Lei Federal 9.795/1999. Dela constamprincípios, diretrizes e objetivos para um projeto consistente deconscientização ecológica.
Éum plano abrangente e significativo. As emergências climáticas resultam doaquecimento global e este é provocado pela espécie humana. O abuso na emissãodos gases causadores do efeito estufa levou a Terra a ultrapassar várioslimites, os quais, desrespeitados, provocarão catástrofes que já têm acontecidoem todos os quadrantes do globo.
Porisso é preciso que principalmente a infância e a juventude seja alertada de quejá passou o período de mitigação ou atenuação dos efeitos desastrosos de nossainsânia. Agora é hora de adaptação. Fazer o máximo para não perder mais vidas epara que os prejuízos materiais sejam suportáveis. Aumentar significativamentea cobertura arbórea, ampliar a drenagem, não desperdiçar, são atitudes quedependem do juízo de cada indivíduo. Cada um pode fazer algo em favor desseprojeto salvífico. Nada fazer, é se acumpliciar com a desgraça. Ninguémgostaria de se enquadrar nessa categoria. Eduquemo-nos ecologicamente,portanto.
José Renato Nalini é Reitor daUNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo dasMudanças Climáticas de São Paulo.
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