José de Paiva Netto
O que fizemos da água?

Mais uma vez utilizo este espaço para falar-lhes do gravíssimo problemada falta d’água, que persiste em invocar nossa meticulosa atenção, seguida deatitudes acertadas.
Na série de palestras que proferi no início dos anos 1990, a respeito doApocalipse de Jesus, a fim de torná-lo mais acessível aos Simples deCoração, trouxe, por exemplo, ao debate a questão da possível guerra pela águaem várias regiões do planeta, já àquela altura noticiada pela imprensa.
Com tristeza e preocupação, vivenciamos nos dias atuais, até mesmo emmetrópoles brasileiras, o trágico fantasma da carência de água.
Além dos fatores climáticos, que, desde a Revolução Industrial, maisfortemente influenciamos de forma condenável, o que temos feito com esseprecioso líquido, fator básico da vida?
É fácil observar no mundo o ato criminoso do desperdício. Às crianças,aos jovens e aos adultos insisto neste ensinamento: a migalha dehoje é a farta refeição de amanhã. E, por extensão, a gota d’água dehoje é o abundante manancial do amanhã. E, nestes tempos, de agora mesmo.Ajudemos a evitar o pior.
Em Apocalipse sem Medo, ressaltei que, apesar dos esforçosecológicos de muita gente boa, o ser humano ainda vive a poluir tudo, como na advertênciado Profeta Isaías, 24:5: “Na verdade, a Terra está contaminada porcausa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, violam os estatutos equebram a Aliança Eterna”.
A água tornou-se pouca em diversos pontos do orbe, mas continua sendomaltratada. E a água doce corresponde a menos de 3% do que existe no planeta. Orestante é principalmente água salgada, em torno de 97%. Como é que as coisasficam? (...) Preservá-la não se resume a medidas de governos. Exige decisivoscuidados que precisamos nós, cidadãos, ter também com ela. É necessário quedeixemos de ser meros observadores e passemos a atuar como ativosparticipantes. Afinal de contas, está em jogo a nossa própria existência.Exato: nossa própria vida! E a correção disso demanda Justiça e Boa Vontade,vistos como antídoto contra a ganância, que, de tão cega, não percebe estarcavando a sepultura inclusive para si mesma.
Aquecimento global
O instituto de meteorologia do Reino Unido (Met Office) declarou 2024como o ano mais quente da História, desde que tiveram início os registros datemperatura global (1850). Ainda segundo o referido serviço, a médiade 2024 alcançou 1,5 grau Celsius acima do que foi observado antes daRevolução Industrial. De lá para cá tivemos vários dos anos mais quentes járegistrados na História.
A cada pesquisa nova apresentada, a Ciência se convence de que a atuaçãohumana tem apressado o aquecimento do planeta. E as consequências estão aí, àvista de todos. A complexidade dos desafios se intensifica, incluída a queafeta diretamente a economia das nações.
O Apóstolo Paulo, há dois milênios, em sua Epístola aos Gálatas,6:7, deu uma lição que poderia repetir hoje literalmente: “Ninguém seiluda, porque Deus não se deixa escarnecer. Aquilo que o homem semear, issomesmo terá de colher”.
Ouçamos o alertamento bíblico. O Pai-Mãe Celestial certamente aguarda denós bom senso e muito trabalho em prol do bem-estar da humanidade. Peçamos aEle proteção para as providências terrenas; chuva para os lugares secos; umclima mais equilibrado para a saúde das pessoas. E não desprezemos o poder daoração e da vigilância coletivas.
Joséde Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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