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Santa Bárbara,02/02/2025

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ONU e Ministério do Meio Ambiente lançam a Coletânea Brasileira de Arborização Urbana

Redação
ONU e Ministério do Meio Ambiente lançam a Coletânea Brasileira de Arborização Urbana Arborização é importante para mitigar a poluição atmosférica


Mais de 500 especialistas contribuíram para as edições. Coordenador afirma que arborização é fundamental para mitigar a poluição atmosférica e melhorar a qualidade de vida nas cidades brasileiras. 

A Coletânea Brasileira de Arborização Urbana, um projeto apoiado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU) e financiado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, conta com cinco livros, um para cada região do Brasil. O primeiro livro da série, relativo à Região Sul, será lançado até abril e os outros quatro volumes devem ficar prontos até o fim desse ano, segundo o Prof. Dr. Maurício Lamano Ferreira, um dos coordenadores da coletânea.


A coletânea aborda aspectos técnicos, acadêmicos e gerenciais da arborização urbana nas cidades brasileiras. Mais de 500 autores de cerca de cem instituições brasileiras e internacionais contribuíram para os livros da coletânea, afirma Maurício Lamano, que é biólogo e professor adjunto do Departamento de Ciências Básicas e Ambientais da USP.

A coletânea faz parte do Plano Nacional de Arborização Urbana, do Ministério, que vai estabelecer princípios e diretrizes para a gestão urbanística das cidades, com o objetivo de aumentar a quantidade e qualidade das áreas verdes.


O plano será elaborado pelo Ministério em parceria com o Iclei, uma ONG internacional que fornece consultoria técnica para o desenvolvimento urbano sustentável para cerca de 2.500 governos locais e regionais em mais de 130 países. Maurício Lamano será um dos colaboradores do Iclei no Plano.

 

Poluentes

Os livros vão contar com capítulos sobre a poluição atmosférica e incluir listas de espécies indicadas para contribuir na mitigação da poluição nas cidades. Segundo o biólogo, há dois tipos de poluentes na troposfera, a camada mais baixa da atmosfera terrestre, onde respiramos: os poluentes gasosos e os particulados, ambos muito prejudiciais à saúde.


Enquanto os poluentes gasosos são invisíveis, os particulados podem ser vistos quando depositados na forma de fuligem, por exemplo, sobre parapeitos das janelas de apartamentos.

O ozônio, formado na troposfera a partir da queima de combustível fóssil, é o poluente gasoso mais tóxico para as formas de vida, afirma o pesquisador. Quando entra nas células, o ozônio causa estresse oxidativo, que está associado a diversos tipos de problemas de saúde em humanos, como doenças respiratórias, e ao mau desenvolvimento de plantas.


Os poluentes particulados representam hoje a segunda maior causa de morte no planeta por razões não violentas e os moradores dos centros urbanos são os mais afetados, segundo Maurício Lamano.


Esses poluentes são lançados no ar principalmente pela frota automotiva, mas também pela indústria, resultado da queima de combustível fóssil. Aderidos ao material particulado, estão metais pesados como o cádmio e também zinco, cobre, chumbo e ferro, entre outros.


Os materiais particulados são de diversos tamanhos. Os que medem 10 micrômetros (𝜇m) ou mais não passam pelas nossas vias respiratórias e são menos nocivos. Já aqueles que têm entre 2 e 5 𝜇m alcançam os nossos pulmões e representam riscos para a saúde humana.

Esses poluentes estão associados à doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e também ao desenvolvimento do câncer, afirma o especialista.

 

Mitigação

O planejamento da arborização urbana é crucial para a mitigação dos efeitos da poluição do ar nos centros urbanos. Na região metropolitana de São Paulo, os bairros com moradores de renda alta contam com muitas árvores em vias públicas e praças, além de parques. Mas a realidade nas áreas com populações de renda baixa, que ocupam a maior parte da região metropolitana, é oposta.


As folhas e cascas das árvores funcionam como um filtro e retêm o material particulado suspenso no ar. Quando chove, esses poluentes são lavados e levados para o solo.

No caso da região metropolitana de São Paulo, além do plantio de árvores adequadas para cada local, é fundamental melhorar o manejo. Maurício Lamano acredita que falta sinergia entre as companhias de distribuição de energia elétrica e os técnicos de arborização. O manejo incorreto é responsável por problemas como a queda de árvores, que pode gerar apagões e acidentes.


O biólogo ressalta que a arborização e parques urbanos propiciam outros serviços ecossistêmicos, como a evapotranspiração – e a consequente redução da temperatura do ar – e a manutenção da biodiversidade, além de aspectos estéticos e de bem-estar.

“Uma das prioridades deve ser o plantio de árvores em territórios com maior vulnerabilidade social. Precisamos esverdear esses bairros”, recomenda Maurício Lamano.


Leia mais sobre o tema na nova edição da revista O Biólogo (LINK), do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01), que conta com entrevistas com Maurício Lamano e outros especialistas brasileiros em poluição do ar e seus impactos na saúde e meio ambiente.




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