Família do bebê de 6 meses morto em Santa Bárbara fala em negligência e registra BO na polícia
![Família do bebê de 6 meses morto em Santa Bárbara fala em negligência e registra BO na polícia](https://www.regiaohoje.com.br/arquivos/noticias/33575/familia-do-bebe-de-6-meses-morto-em-santa-barbara-fala-em-negligencia-e-registra-bo-na-policia.jpeg)
Familiares do bebê Thiago Felipe Martins dos Santos Guimarães, de apenas seis meses de vida, morto na madrugada desta sexta-feira (14), no Pronto-Socorro Dr. Edison Mano, em Santa Bárbara d’Oeste, registraram um boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia de natureza “morte suspeita”. Para a família, houve negligência no atendimento já que a criança esteve três vezes na unidade de saúde em menos de três dias.
Consta no boletim de ocorrência, de acordo com relato da mãe, a fiscal Monique Jhulli dos Santos, de 23 anos, que na quarta-feira (12) levou Thiago até a creche da Vila Linópolis e foi trabalhar. Após algumas horas, recebeu uma ligação da creche informando que seu filho estava vomitando e passando mal.
A mãe foi correndo buscar o filho e o levou até o pronto-socorro por volta de 10h e ficou lá até as 14h aguardando atendimento. Uma médica o atendeu e pediu exame de urina e ela teria dito que a criança estava com uma “virosezinha”. Thiago estava com 38 graus de febre e depois ela liberou a criança para ir para casa. Também receitou alguns medicamentos.
A mãe relata que perguntou várias vezes para a médica se poderia levar a criança embora, porque ela parecia frágil demais e a média teria dito que sim.
Monique relata que após chegar em sua casa, por volta de 15h, o bebê começou a passar mal novamente, apresentando quadro de diarreia e febre.
Na quinta-feira, dia 13, Thiago continuava com diarreia e febre e ficou aos cuidados da avó materna para a mãe poder ir trabalhar. Quando retornou por volta das 18h30, constatou que seu filho estava mal e levou-o novamente ao pronto-socorro. Lá ele foi atendido pela mesma médica que, segundo a família, não solicitou nenhum exame, e comentou que seria apenas uma febre e indicou que o caminho seria tomar soro, que foi ministrado por meio de duas mamadeiras. A médica teria dito que o ideal seria soro injetável, mas como não acharam a veia da criança, optaram por dar o soro em duas pequenas mamadeiras.
A médica retornou e teria aferido a temperatura do bebê que estava em 38 graus. Ela disse que a criança estava liberada. A mãe ainda teria perguntado a profissional se seria possível permanecer por mais tempo aguardando a febre abaixar, pois tratava-se de uma criança de seis meses, mas a médica teria dito que ela deveria ir embora.
Nesta sexta-feira (14), em casa com a criança, a mãe aferiu a temperatura e o filho estava com 42 graus de febre. Assustada, correu para o pronto-socorro e a mesma médica atendeu seu filho novamente. Ela não teria dito nada. O filho estava mole, ela pegou a criança e saiu para atendê-lo. A mãe, desesperada, foi atrás e viu que alguém do grupo de médicos disse que a criança estava com 65 de frequência cardíaca.
A mãe disse que chegou a ver seu filho sendo reanimado e chorando, mas ele não teria aguentado. O desespero dela foi tanto que chegou a ligar para o Corpo de Bombeiros. Três pessoas teriam dado a notícia da morte de seu filho, mas a médica que o atendeu todos os dias não falou nada e nem deu explicações sobre os procedimentos.
A família, inconformada, pediu a realização de autópsia para determinar a causa da morte. A criança chegou a ser levada ao IML, mas o médico legista se recusou a fazer o exame. “Mesmo pagando, o médico não aceitou fazer o procedimento”, reclamou o avô José Rogério dos Santos, pintor, de 45 anos. Ele ainda relatou que o neto teve atendimento negado. “Ele foi ao PS e estava muito ruim, pediram suporte para dois profissionais do Hospital Santa Bárbara que foi negado. Nisso ele ficou no PS e quando as pessoas tentaram reanimá-lo já estava em óbito”, lamentou, revoltado.
“Que a justiça seja feita, a única coisa que a gente quer, porque nada vai trazer o nenê de volta. Não podemos deixar assim, hoje foi o Thiago, mas quantos Thiagos terão que ir, não é o primeiro e não vai ser o último”, desabafou a tia Ivaldete Cristina Lodo.
Thiago era filho de Monique Jhulli dos Santos Guimarães e Higor dos Santos Guimarães. Residia na Vila Linópolis. O velório acontece neste sábado (15), no velório Araújo-Orsola e o sepultamento marcado para as 16h no Cemitério Parque dos Lírios, em Santa Bárbara d'Oeste.
NOTA DA PREFEITURA
Questionada a respeito, a Prefeitura de Santa Bárbara enviou uma nota à redação do Região Hoje. Eis a íntegra:
A Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste lamenta profundamente o falecimento de Thiago Felipe Martins dos Santos Guimarães e se solidariza com os seus familiares e entes próximos.
A Secretaria de Saúde ressalta que informações detalhadas sobre os atendimentos são prestadas às autoridades competentes e respeita a preservação do sigilo e da confidencialidade. Toda e qualquer situação que resulte em óbito, é devidamente acompanhada por meio de comissão interna. Caso seja verificada alguma conduta divergente da habitual nos atendimentos prestados, providências legais pertinentes são devidamente adotadas.
COMENTÁRIOS